sábado, 19 de fevereiro de 2011

Dinamismo Estático

Noite de sábado. Quem não saiu, por qualquer que seja o motivo tem algumas opções de se entreter em casa. Pelo menos, era assim nos anos 1990.atividades Lembro que a família se reunia para assistir filme em VHS locado, enquanto comia pipoca (e domingo de manhã era preciso rebobinar as fitas -tédio)...

Mas sem mais rodeios ou saudosismos, vamos direto ao assunto:
Uma noite de sábado tem a capacidade de ser quase tão bucólica quanto um por-do-sol de domingo. Para quem não sai, obviamente, e mesmo para quem sai, porque não poderia ser? A questão é; visualize uma cidade num sábado à noite. Quantas pequenas histórias acontecem ao mesmo tempo; pacatas, chatas, entediantes, incríveis, animadas, transformadoras, reveladoras, enfim... poderia passar o resto da noite a dar adjetivos aqui. Algumas estão em bares badalados em avenidas luxuosas, outras estão assistindo filmes em casa, outras comendo qualquer coisa, outras na internet, outras namorando, outras sobrevivendo e por fim, algumas outras a pensar. Dentre estas que gastam a noite a pensar, a refletir, existem pessoas que enquanto refletem se inserem em um estado de contemplação, em um estado de desprendimento, onde adquirem caráter puramente passivo.
Estas pessoas passivas e contemplativas pensam, pensam sobre os mais diversos temas, refletem sobre os outros, sobre as ações, sobre esse dinamismo de fatos, de acontecimentos diários (ou melhor dizendo, noturnos), dos quais elas participam muitas vezes por falta de escolha. Percebem algo! Estão frias, estão estagnadas, estão estáticas. Que triste nirvana... Voltam a si, e se veem rodeadas de coisas desagradáveis, e desejam voltar para a densa névoa de seus pensamentos profundos a respeito do todo, de tudo. A mente acabou por se tornar melhor que o mundo concreto, que triste realidade. Repensam. Ponderam.
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Sim. Realmente era melhor, era preferível estar imerso em suas próprias contemplações do dinamismo estático de si mesmas.

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